quinta-feira, 30 de abril de 2020

Isabel Allende - A ilha debaixo do mar

Com apenas 9 anos de idade, Zarité foi vendida a um fazendeiro rico de Saint-Domingue. Cresceu sempre como escrava doméstica, e conheceu todas as dificuldades dessa condição.

No entanto, a jovem escrava cresce e transforma-se numa mulher dotada de uma especial bondade e enorme força de carácter que lhe permitirão ir mais além.

Conseguirá ela abrir caminho pelas adversidades, e ser finalmente livre?

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Gabriel Garcia Marquez - Cem Anos de Solidão

Esta é uma obra de referência, considerado um dos melhores livros de literatura latina já escritos.
A ação tem lugar numa aldeia fictícia e remota na América Latina chamada Macondo, fundada pela família Buendía – Iguarána.
Que segredos encerra esta povoação e nos conta esta fabulosa narrativa que consagrou Gabriel Garcia Marquez como um dos maiores escritores do nosso tempo?
Mais uma interessante leitura a não perder, e até repetir!

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Coronavírus (Covid-19) a tecnologia e as pessoas com deficiência da visão

Não vamos abordar este tema na perspetiva dos especialistas, e muito menos com o objetivo de veicular informação alarmista, reproduzindo simples crenças ou boatos. O objetivo deste artigo é falar sobre o impacto desta doença, no dia a dia das pessoas com incapacidade visual, baseada no conhecimento divulgado pelas fontes oficiais.

A Covid-19 é uma infeção respiratória muito contagiosa, provocada pelo novo Coronavírus, ao qual também se dá o nome de SARS COV 2, acrónimo de "Severe acute respiratory syndrome".

Os seus sintomas sugestivos são, numa primeira análise, febre acima dos 38 graus, tosse seca, e dispneia ou falta de ar, indo desde manifestações muito ligeiras, a moderadas, até um quadro de pneumonia severa, e, em último caso, pode provocar a morte.

Ainda não existem certezas, mas investigações a vários níveis, apontam como cada vez mais provável, que a origem desta infeção tenha acontecido em dezembro de 2019, com a transmissão por um morcego a uma pessoa, num mercado ao ar livre, na cidade chinesa de Wuhan. Certo é que o potencial de contágio deste vírus se tornou evidente, com a disseminação rápida da doença por todo o mundo.

A situação de descontrolo do contágio, chegou ao ponto de, recentemente, a Organização Mundial da Saúde, ter classificado esta situação de pandemia. Desde então, adquirimos a consciência de que, de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, todos temos de lidar com este problema.

Por todo o mundo, as consequências desta pandemia têm sido muito evidentes. Em alguns países, o número de pessoas infetadas e falecidas ascende já à ordem das centenas de milhares.

Para tentar controlar o avanço da infeção, múltiplos governos têm implementado políticas restritivas como limitações à liberdade de circulação, cercas sanitárias, e confinamento de populações inteiras em casa.

Numa dimensão sem precedentes, atividades económicas, eventos sociais, culturais, desportivos, religiosos e outros, têm sido sucessivamente suspensos ou cancelados, provocando profundas disrupções na vida das comunidades, e adivinhando uma realidade social e económica totalmente nova e imprevisível.

Devido ao confinamento prolongado, muitas pessoas começam a sofrer de ansiedade, stress, depressão, e outras patologias mentais resultantes do isolamento e distanciamento social, e do facto de não se saber nem quando, nem como se regressará à normalidade.

Tem sido igualmente evidente a grande dificuldade que os sistemas de saúde, mesmo em países desenvolvidos, sentem para dar resposta ao número cada vez maior de pessoas a necessitar de internamento e vigilância médica.

Este vírus é um inimigo silencioso que não escolhe nação, raça, género, nível de riqueza, idade, ou qualquer outra condição. Ninguém está isento de risco.

Alojando-se no sistema respiratório, o Coronavírus está presente em secreções como muco nazal, vapor respiratório, ou saliva. Assim, um dos modos mais fáceis de contrair a doença, é estar em contacto muito próximo e durante certo tempo, com uma pessoa infetada que expira, espirra ou tosse na direção de outra.

Os especialistas acreditam que este agente infecioso pode permanecer ativo durante horas ou dias, dependendo dos casos, em diversas superfícies como madeira, papel, metal, plástico e outras. Assim, uma pessoa também pode ficar infetada se tocar com as mãos numa superfície contaminada com o vírus, e depois levar, ainda que inadvertidamente, as mãos ao rosto, aos olhos ou ao nariz.

Esse é um dos motivos pelos quais nós, pessoas cegas ou com baixa visão, corremos riscos acrescidos, em comparação com as pessoas não portadoras desta deficiência.

Por exemplo, imagine uma pessoa não cega que vai utilizar um terminal de multibanco. Ao chegar ao local, a pessoa imediatamente localiza a máquina com o lhar. Logo de seguida, também utilizando apenas a visão, a pessoa consegue localizar a ranhura na qual vai introduzir o cartão, as teclas a utilizar para efetuar a operação pretendida, e a abertura através da qual vai recolher o dinheiro que levantou, ou o comprovativo da operação em papel.
Apenas vão ser necessários alguns dedos para efetuar todo o processo.

Por seu lado, a pessoa cega não tem esse tipo de controlo. Necessita obrigatoriamente de utilizar as mãos para localizar a máquina, percorrer também com as mãos, a superfície da máquina até encontrar a ranhura para o cartão, e usar novamente as mãos para localizar e acionar as teclas pretendidas.
Por fim, como nem todas as máquinas multibanco são iguais, ainda é necessário usar as mãos para encontrar a abertura, e proceder ao levantamento do dinheiro, ou qualquer outro comprovativo.

Se a superfície do terminal estiver contaminada, facilmente vão ficar contaminados também o cartão, a roupa e a bengala que a pessoa utiliza na sua deslocação.
Este é apenas um dos muitos exemplos.

Concluindo, por ter de usar o sentido do tacto de uma forma muito mais intensiva, a pessoa cega expõe-se a um risco muito maior de ser infetada.

Evidentemente, não vamos adotar atitudes e comportamentos obsessivos, porque tudo o que podemos fazer para prevenir o nosso contágio e o de outras pessoas, é apenas o humanamente possível. No entanto, faz todo o sentido não descurar aquilo que é essencial.

Como pessoas mais expostas ao risco, nós cegos e pessoas com baixa visão, temos a responsabilidade de redobrar os nossos cuidados na higienização frequente das mãos, e em adotar práticas de etiqueta respiratória, como, por exemplo, sempre que tossimos ou espirramos, fazê-lo na direção do cotovelo; nunca para as mãos, e muito menos na direção das outras pessoas.
É igualmente importante estarmos atentos a todas as orientações dadas pelas autoridades governamentais e de saúde, e, nas situações apropriadas como espaços fechados, transportes públicos, e outras situações em que o distanciamento físico seja mais difícil, usarmos máscaras, igualmente e sempre de acordo com essas mesmas orientações fornecidas pelas entidades competentes.

Mas nem tudo são más notícias ou regras de prevensão. Esta pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde, é a primeira na história, sobre a qual se está a exercer efetivo controlo.

Para muitos cegos, estar praticamente confinados à sua residência, já não é nenhuma novidade; portanto, é menos provável que a incidência de patologias mentais associadas a esta necessidade, seja mais evidente entre nós.

Além disso, as novas tecnologias têm desempenhado um papel fundamental no combate ao tédio e ao isolamento, e nós pessoas portadoras desta incapacidade, podemos usar essas ferramentas com esse objetivo.

Ler braille, ouvir audiolivros e podcasts, jogar, assistir a programas com audiodescrição que existem em cada vez maior quantidade, são apenas algumas maneiras interessantes de preencher o tempo livre, consequência do confinamento.

Como medidas preventivas, sempre que possível, nós cegos devemos recorrer a alternativas como as compras pela internet, ou os serviços de entregas ao domicílio.

A Covid-19 vai também obrigar a mudanças muito profundas na realidade laboral. A procura de trabalho sempre foi um enorme desafio para quem tem deficiência visual. Mesmo assim, podemos aproveitar o cada vez maior recurso ao teletrabalho, como mais uma ferramenta para desenvolvermos competências no uso das novas tecnologias, incluindo sistemas de videoconferência, reuniões em nuvem, plataformas colaborativas, correio eletrónico, e outras áreas.

Quando ultrapassarmos esta situação difícil, certamente seremos mais fortes, estaremos mais preparados para enfrentar outras dificuldades e desafios.

Que cada um de nós faça o seu máximo para que, no final, todos possamos olhar para trás, com a sensação do dever cumprido. Afinal, todos nós temos um papel imprescindível não apenas como agentes de saúde pública, como em todas as outras áreas da vida em sociedade.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Karen Rose - SEI ONDE ESTÁS

Segue mais uma sugestão de leitura do Centro de Leitura Especial da Biblioteca de S. João da Madeira. 

Entre o thriller e o romance, este é mais um magnífico livro de Karen Rose. De repente, a procuradora Kristen, conhecida pelo seu intenso empenho na defesa das vítimas e acusação dos arguidos, vê os culpados que não conseguiu condenar na barra do tribunal, morrerem uns atrás dos  outros. Violadores e assassinos vão sendo condenados pela mão de um homem, que parece obcecado em concluir o que Kristen inicia. Além disso, controla todos os passos da procuradora e envia-lhe cartas com fotografias e referências a cada um dos mortos que vai semeando. 
O assunto torna-se ainda mais tortuoso, quando começam também a morrer advogados de defesa que Kristen defrontou em tribunal. 
Mais uma história bem construída, com bastante suspense e uma pitada de romance. Não percam! 

terça-feira, 7 de abril de 2020

Acesso gratuito aos programas JAWS e ZoomText - Campanha Mude A Sua Vontade

Esta é uma colaboração entre a Acapo, a empresa Ataraxia, e a Freedom Scientific, Vespero, fabricante do leitor de ecrã JAWS, e do ampliador ZoomText.

Nesta altura em que a maioria de nós se vê obrigada a algum tipo de confinamento, as 3 entidades em conjunto, assinaram uma parceria que permite a todos os deficientes visuais portugueses, utilizar gratuitamente os programas JAWS e ZoomText.

Esta campanha tem o objetivo de facilitar o acesso à informação digital por parte das pessoas com deficiência da visão, neste período difícil.

Para quem não conhece estes programas, muito resumidamente, o JAWS é um software que lê a informação no computador, em voz digital ou braille, através do sistema de som do computador, ou de uma linha braille previamente ligada e configurada.

O ZoomText é um programa útil para quem tem baixa visão, que amplia consideravelmente, e realsa de várias maneiras  o texto que aparece no ecrã, e também tem voz incorporada.

Como aderir a esta campanha?

Basta enviar um email para o seguinte endereço:

estamosjuntos@acapo.pt

Neste email, os interessados deverão indicar o nome completo, qual a licença pretendida, e o número de telefone de contacto para a licença.

As licenças terão uma validade de 90 dias e são totalmente gratuitas.

No final destes 90 dias, se se mantiver o estado de isolamento social, as licenças poderão ser renovadas pela Acapo. Caso contrário, a licença poderá ser desinstalada do computador sem qualquer compromisso.

Esta foi uma informação divulgada pelo departamento de Relações Públicas da Acapo.
rp.dn@acapo.pt

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Rui Afonso - Um Homem Bom - Aristides De Sousa Mendes

Esta sugestão é para quem aprecia biografias de pessoas notáveis. Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal em vários locais, designadamente em França, e, durante a 2ª guerra mundial, ajudou muitos refugiados e judeus a escapar do regime de Hithler. Uma biografia bem documentada e bastante emocionante, sobre um dos homens mais controversos do seu tempo. Para quem ainda não leu, a não perder!

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Alternativa para aceder às configurações de som no windows 10

A Microsoft tem feito sucessivas alterações ao seu sistema operativo, o que por vezes facilita, mas outras vezes, vem dificultar a acessibilidade de certas áreas do computador.

É evidente que uma das áreas prioritárias para nós pessoas com deficiência da visão, são as configurações de áudio do sistema. Sem um acesso conveniente a elas, podemos ficar totalmente privados de ouvir o leitor de ecrã. Neste breve artigo, descrevemos uma alternativa para prevenir alterações que a Microsoft venha a fazer, pelo menos no acesso a estas configurações.

Provavelmente enquanto cego ou pessoa com baixa visão, já precisou de aceder ou alterar as definições de som e áudio do windows. Uma das maneiras mais práticas de fazer isso, seria procurar essas definições na área de notificações. O JAWS tem uma tecla de atalho para aceder a essa barra, (insert+f11), mas o NVDA precisa de um extra ou addon, ou então, temos de usar o teclado para procurar esse local.

Veja como pode ter as definições de som sempre à mão no ambiente de trabalho, e, se for uma boa solução no seu caso, siga os passos abaixo.

1: Pressione a tecla esquerda do windows ou menu iniciar, e na caixa de pesquisa, escreva painel de controlo.

2: Use a primeira letra do elemento a procurar, neste caso, a letra s de som.

3: Com o cursor sobre som, use a tecla das aplicações e a seta abaixo até criar atalho, e pressione enter.
Se ouvir a mensagem de que o atalho não pode ser criado ali, e se prefere enviá-lo para o ambiente de trabalho, escolha a opção sim.
Nesse momento é criado um atalho no ambiente de trabalho para as definições de som, cujo nome pode ser editado para maior conveniência.

Pode-se fazer o mesmo com o volume principal:

1: Na caixa de pesquisa, digitar sndvol.
2: Pressione a tecla das aplicações e seta abaixo até abrir localização do ficheiro. Aí, pressione Enter.

3: Com o cursor sobre o ficheiro sndvol.exe, use novamente a tecla das aplicações. Com a seta abaixo, procure  enviar para, e selecione o ambiente de trabalho. O atalho é criado na localização pretendida.
O nome deste atalho pode igualmente ser editado para maior conveniência.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

O amor e o poder - Colleen MCcullough

Sinopse:

No dia de Ano Novo de 110 depois de Cristo, assiste-se à tomada de posse dos novos cônsules. Mas no meio da multidão encontram-se dois homens corajosos, bastante à frente no seu tempo, cuja visão irá mudar por completo a República Romana, já de si fragilizada pela a expansão territorial e o ressentimento cada vez maior dos não-cidadãos.

Um destes homens é Mário, alguém com grande carácter mas que se vê impossibilitado pelas suas origens humildes de tornar-se o Primeiro Homem de Roma. O outro é Sila, um belo e depravado aristocrata, a quem a pobreza e penúria impedem de subir a Via da Honra, direito que lhe pertence devido às suas origens. Juntos pela guerra em terras distantes, combatem os seus inimigos romanos e os inimigos de Roma, pois ser o Primeiro Homem de Roma implica a mestria tanto política como militar.

Visão Inclusiva Abril 2020

Chegou mais uma edição do Visão Inclusiva! Nestes tempos em que estamos por casa, além das leituras, é bom encontrarmos outras formas de preencher bons momentos. Nesta edição, descrevemos um pouco melhor o jogo Quiz, e depois, para os amantes do som ambiente, uma fantástica aplicação com áudio holográfico binaural. Se não conhecem, ouçam. Vale a pena!
Link de descarga:

https://meocloud.pt/link/8f9e959f-d18f-4e7b-a0b5-4f706e0b0d6a/abril2020.mp3/